quarta-feira, maio 13, 2009

Quando uma mentira é repetida muitas vezes

Por Cristiano Alves

Existe uma ideologia, um clichê, repetido com enorme frequência nos meios ideológicos(escolas, jornais, universidades, imprensa...) da burguesia a idéia segundo a qual comunismo seria o mesmo que nazismo. Esta idéia foi, há algum tempo, divulgada na TV pelo Presidente do STF Gilmar Mendes, em uma entrevista dada ao programa Roda Viva em dezembro de 2008.

A comparação de comunismo com nazismo é bizarra e espúria, carente de qualquer fundamento histórico, científico e nitidamente caluniosa, interessando apenas a intelectuais de mente pequena ou professores medíocres incapazes de pesquisar acerca daquilo que dizem ensinar. É bom lembrar que, conforme notifiquei em um artigo inédito a respeito do assunto, o nazismo é a única corrente filosófica expressamente proibida no Direito Brasileiro, ao contrário do comunismo. Enquanto o nazismo é reconhecido por sua ideologia de ódio e racismo, o comunismo clama pela solidariedade entre os trabalhadores e marca os chamados "Direitos Humanos de 2ª e 3ª Geração".

Apesar da fracassada e famigerada tentativa de criminalizar a corrente filosófica comunista na União Européia, não olvidemos que, ao passo que o nome Hitler está ligado ao ódio racista e à maior guerra da história da humanidade, o nome de Stalin está vinculado ao primeiro documento da história da humanidade a criminalizar o racismo, a Constituição da URSS de 1936. Graças a essa constituição, a ONU, quando de seu surgimento, adotou essa política no art. 2º e o Brasil, na CRFB de 1988 adotou-a nos arts. 4º(onde a compara ao Terrorismo), 5º e ainda designou uma lei específica para tal, de número 7.716, isto é algo que ninguém jamais poderá negar.

Recomenda-se, para acadêmicos de Direito e demais interessados no tema, a leitura do seguinte artigo científico "miniatura" de uma monografia que vem sendo atualmente desenvolvida:

http://rapidshare.de/files/47189449/Sobre_a_origem_hist_rica_do_crime_de_racismo_no_Direito_Constitucional_Brasileiro_sob_a__tica_do_Dir.html