domingo, janeiro 30, 2011

HISTÓRIA

Os crimes do imperialismo americano contra o povo da Coréia
Por Cristiano Alves

Durante muitos anos, na Europa, os eslavos tem sido vítimas de atrocidades ilimitadas. Desde a baixa idade média, diversos reinos tem sido estorvados por hordas de mongóis, tártaros, cazares, alemães, franceses, turcos, ingleses, dentre vários outros povos. Durante a Idade Contemporânea, os poloneses, por exemplo, foram vítimas notáveis, inclusive sendo descritos por homens ditos "cientistas" como sendo uma "raça inferior equiparável aos africanos", entretanto, no que diz respeito à Europa Oriental e principalmente aos russos, bielorrussos, ucranianos e poloneses, poucos conseguiram chegar perto de ganhar o troféu de "Facínora número um" como os fascistas, que em seu impulso anticomunista mataram mais de 30 milhões!

Por mais que o fascismo tenha conceitos que variem de acordo com a corrente política, ele contém dois elementos essenciais às grandes potências capitalistas, o imperialismo e o anticomunismo, que, não raramente, chega até as organizações de classe e movimentos sociais através da ideologia pícara conhecida pelo nome de "trotskismo". O fato é que a união do imperialismo com o anticomunismo é como a união das partículas que provocam uma explosão termonuclear, onde ela ocorre há sempre um rastro titânico de destruição em massa, genocídio de milhões, fome, miséria e doenças, afinal, não se pode olvidar que a ideologia que norteou as mais poderosas armas de destruição em massa, em solo capitalista, foi o anticomunismo.

Uma vez que os imperialistas dos Estados Unidos viriam servir de inspiração aos imperialistas da Alemanha, já que extirparam praticamente todos os índios americanos de seu território num genocídio cujas proporções nem mesmo os portugueses, ingleses e espanhóis conseguiram alcançar no ultramar, nada mais estimulante para saciar a sede de sangue americana do que derramar rios de sangue na Coréia, que até então havia sofrido prejuízos terríveis sob o domínio japonês. Estes crimes jamais deverão ser esquecidos, sendo documentados em fotos, retratos artísticos e vídeos. Este artigo visa, especificamente, expor a dramatização artística dos crimes do anticomunismo-imperialismo contra os povos da Coréia(qualquer semelhança com as cenas de Guantánamo não são mera coincidência!):



Militar coreana expõe os crimes no Museu dos crimes dos EUA Sinchon-Ri. Conta-se que é comum que turistas americanos saiam envergonhados deste museu, desculpando-se pela natureza genocida de seu regime.

Qualquer semelhança com Guantánamo não é mera coincidência

 











 




Qualquer semelhança com Guantánamo não é mera coincidência





Mais de 2 milhões de coreanos foram exterminados pelos americanos, um crime contra a humanidade!

O imperialismo é reacionário e genocida. Aqueles que defendem a sua ideologia nefasta ou simplesmente com ela simpatizam são cúmplices morais de todos os seus crimes!
CANAL DA VITÓRIA (THE VICTORY CHANNEL)

On people who learn history at US films (Vídeo artigo em inglês)/
Cristiano Alves


Thanking the anglophone visits to The Red Page, specially from the United States of America and the United Kingdon, a video in English was released, available in Youtube, unmasking the meaning of the "American movies" on history and specially concerning the class struggles.

EDITORIAL

A Página Vermelha se dedica a divulgar e publicar todas as lutas sociais que a mídia de massa omite ou demoniza.

Se o seu movimento, sincato, organização de classe passou despercebido nos holofotes da mídia, ou ainda que tenha passado, esta é a sua arma para divulgar a sua luta.

Envie notícias da sua luta para apaginavermelha@gmail.com

Cristiano Alves
CHARGE DA SEMANA

Extraído de "A Nova Democracia"

Televisão: Sem dúvidas, a mais eficaz e mortífera arma do imperialismo

sábado, janeiro 22, 2011

FILMES

O grupo Baader-Meinhoff (reeditado)
Por Cristiano Alves

Logo da Fração do Exército Vermelho(RAF, em alemão), com uma submetralhadora MP5
       
Após a II Guerra Mundial, a Alemanha Ocidental tornou-se um Estado vassalo dos EUA, fornecendo a estes bases aéreas sem as quais estes jamais teriam ameaçado a paz no Leste Europeu ou promovido massacres e genocídios em lugares como o Oriente Médio. Para se ter uma idéia do que isso significa, nenhum porta-aviões americano seria capaz de transportar bombardeiros invisíveis, caças F-16(que podem atacar alvos terrestres e aéreos) e caças F-15, de superioridade aérea. Assim, o nazismo havia acabado, mas havia sido erguido uma nova ordem tão nociva quanto este regime.

Reinhard Gehlen, criminoso nazista acobertado pelo governo da então República Federal Alemã e empregado oficialmente pela Agência Central de Inteligência(CIA), ex-diretor da Rádio Europa Livre
Durante os anos 60, milhares de alemães eram contra a volta do fascismo em seu país, justamente aquilo que os americanos e os novos políticos representavam em ações criminosas como a Guerra do Vietnã, dentre outras. É nesse contexto que surge a RAF, isto é, a "Facção do Exército Vermelho", organização revolucionária que desejava estirpar da Alemanha Ocidental quaisquer resquícios de fascismo e tornar seu país uma República Democrática, como sua vizinha oriental. Sua orientação política era de natureza internacionalista, maoísta(alegadamente adaptada ao contexto da Europa Ocidental), guevarista e de outros filósofos da chamada "Nova Esquerda", embora alguns de seus mebros fossem anarquistas. Esse movimento surgiu no mesmo contexto de outros como o Exército Simbionês de Libertação, americano, que teve por êxito a conversão de Patrícia Heart em revolucionária, o Partido dos Panteras Negras, também americano, e outros como as Brigadas Vermelhas, italiano.

O grupo Baader-Meinhoff conta a saga dos jovens revolucionários que desafiaram o imperialismo na Alemanha Ocidental
Com a união de segmentos do movimento estudantil, intelectuais e alguns trabalhadores, surge uma nova organização que promovia ataques diretos contra os sucessores do fascismo, fossem eles a editora Springer(uma versão alemã da VEJA), a polícia alemã, responsável pela repressão e violência desmoivada contra manifestantes pacíficos anti-imperialistas, ou mesmo bases americanas na Alemanha Ocidental, promovendo ainda resgates de prisioneiros políticos. Por estas ações, cuja liderança muitas vezes partia de Andreas Baader ou da jornalista Ulrike Meinhoff, o grupo ficou conhecido como Baader-Meinhoff, termo usado pela imprensa, sob orientação do serviço secreto alemão, destinado a equiparar o grupo político a criminosos comuns.

Cartaz alemão apresentando os membros da RAF como um "bando anarquista"
Muitas das ações da Fração do Exército Vermelho tiveram grande impacto na Alemanha Ocidental, milhares de unidades da polícia foram mobilizadas para empreender uma verdadeira caça às bruxas contra um grupo que combatia o neofascismo naquele país. Junto com a operação policial, teve lugar uma intensa campanha de demonização através de jornais impressos e na TV, uma vez que em certa altura, de acordo com estudos do Instituto Allensbacher, 23% dos jovens alemães abaixo dos 30 anos simpatizava com a RAF, a maioria dos jovens alemães apoiava as ações da RAF, isto é, cerca de 7 milhões de pessoas. Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawn, esta organização tinha enorme apoio dentro das faculdades. Muitos jovens da Alemanha alegavam publicamente que esconderiam um mebro da Fração do Exército Vermelho em suas casas, eles manifestavam seu apoio a seus militantes durante os julgamentos. As ações da RAF, conforme foi descoberto nos anos 90, acabaram chamando a atenção da Stasi,  órgão de inteligência da Alemanha Oriental, que forneceu a eles suporte logístico e identidades falsas.

A atriz Nadia Uhl, no papel da revolucionária Brigitte Mohnhaupt
A despeito de seu caráter revolucionário, seu erro, entretanto, foi não ter construído um movimento de massas forte, que apoiasse seus atos e compartilhasse a sua causa, como ocorreu com os bolchevistas na Rússia. Acreditar que o capitalismo será derrubado com "ações de comandos" ou mero golpismo é uma enorma ilusão esquerdista, outrora criticada por nomes como Vladimir Lenin.

 À esquerda, os atores Moritz Bleibtreu e Johanna Wokalek, nos papéis de Andreas Baader e Gundrun Eslinn
 
Um ponto polêmico do filme, bastante atual, é a constante demonização dos movimentos revolucionários e sociais, bem como os constantes apelos sentimentais midiáticos feitos a respeito de "policiais vítimas do terror revolucionário sem compaixão", ignorando que estes policiais nada mais são que agentes do Estado, que, uma vez mobilizados para a repressão a estes movimentos, não são mais "pais de família" ou "trabalhadores que vendem sua força de trabalho", mas sim "cães de guarda" da burguesia que agem concientes de seu papel de agentes políticos repressores. Ações como os ataques às bases americanas, que mataram militares americanos, jamais devem parecer algo mais espetacular do que os ataques empreendidos pela organização gangster chamada US Marine Corps(USMC), que é criminosamente exaltada em filmes holywoodianos e até video games que podem ser facilmente adquirindos por jovens, transmitindo assim a sua ideologia reacionária e genocida através de um eficiente processo de lavagem cerebral

O filme "The Baader-Meinhoff complex" retrata muito da história desta organização revolucionárias, embora muitas vezes o equipare a criminosos comuns. No filme há muita ação, mas sem dúvidas uma importante ênfase nos textos de Ulrike Meinhoff, tão perigosos quanto as armas e atentados promovidos por sua organização. Uma das cenas é marcante, quando, após o atentado contra a "Veja alemã", a editora Springer, após esta recusar a exigência de cessar a publicação de mentiras sobre os movimentos de libertação do terceiro mundo, ela alega em escrito que "mesmo tendo sido avisada sobre o atentado à bomba, os donos da editora preferiram seus lucros a evacuar do prédio seus funcionários", uma vez que "para o capitalismo, lucro é tudo, as pessoas que acreditam nisso são sórdidas e indignas de consideração".

            A Ulrike Meinhoff real(à esquerda) e a atriz Martina Gedeck, no papel da revolucionária alemã(à direita)

A despeito de seus erros, a RAF é uma organização digna de grande respeito, porém seus métodos não podem ser copiados, uma vez que acabam resultando em foquismo, erro cometido por grandes personalidades que vão de Che Guevara ao General de Exército Valentin Varennikov. A organização que os alemães criaram para impedir seu país de regressar ao fascismo lutou contra a injustiça e o imperialismo de Estados que semeiam pelo mundo a cultura do ódio e da violência,  por ideais nobres, ao contrário das gerações atuais mergulhadas nas drogas, na prostituição, vítimas da anomia do homem pós-moderno.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

INTERNET

Site brasileiro destrói boatos sobre a República Democrática Popular da Coréia
Por Cristiano Alves

                     Com mais de 8 mil visitantes, o site é um pioneiro em assunto do gênero
 
Diariamente vemos nos noticiários notícias escandalosas, quase sempre baseadas em fraudes, feitas com propósito político e mercadológico. Essa "fábrica de escândalos", que funciona sem qualquer ética, tem pouca ou nenhuma credibilidade e absolutamente nenhuma imparcialidade, uma vez que é mero reprodutor da ideologia americana pró-imperialista, declara a si mesma como "imparcial e de credibilidade". Atualmente, um alvos escolhidos por estes pseudo-profissionais do jornalismo é a Coréia, no plano internacional.

Durante os jogos da Copa do Mundo, desde que houve o anúncio oficial dos jogos da seleção da República Democrática Popular da Coréia(adiante RDPC), os meios de comunicação brasileiros, cumprindo o papel de lacaios do governo imperialista americano, iniciaram uma série de boatos contra a RDPC. É um fato que grande parte dos fãs de futebol, talvez a maioria, está pouco se importando com política, está interessado apenas em ver a bola rolar em campo, fantásticos dribles ou passes, sensacionais defesas, ou ainda em tomar a sua cerveja enquanto a sua companheira reclama, ou sair com os amigos ou namorada para assistir uma partida de futebol, havendo ainda aqueles que querem apenas descançar após dias de trabalho. Entretanto, tudo isso não bastava para a mídia. Era necessário criar um clima de sensacionalismo e terror, evocar bruxas e demônios que causassem nojo e repulsa no torcedor ao ouvir o nome "Coréia do Norte".

                           Essa imagem surpreendeu a todos os ideólogos do ódio da mídia nacional

Após o sorteio dos jogos da Copa de 2010, "jornalistas esportivos", em realidade agentes políticos, aproveitaram-se da boa-fé do telespectador para divulgar em rede nacional a idéia de que "a Coréia do Norte não transmitiram os jogos ao vivo, fariam apenas reprise dos jogos em que ganhassem", e um dos repórteres, ainda adicionava de forma maliciosa que "isto é, nenhum". O próprio jornal "O Globo" uma notícia falsa a respeio, chegando ao absurdo de dizer que Kim Jong Il "criou uma lei permitindo apenas a divulgação das vitórias da seleção de futebol da Coreia do Norte. Apesar do caráter difamatório da matéria, sem quais quer provas das alegações, as mesma admitia que "o país não paga pelos direitos de transmissão cobrados pela Fifa", o que causaria o absurdo de privar 99% da população coreana de assistir aos jogos da Copa, num país onde o futebol é tão popular quanto o tae kwon do no Brasil, uma vez que temos até campeonatos de Tae Kwon Do transmitidos na TV, não é?

 Televisão: sem dúvidas a melhor arma a serviço do Imperialismo, que é reacionário e genocida. Aqueles que defendem a sua ideologia nefasta ou simplesmente com ela simpatizam são cúmplices morais de todos os seus crimes

Com o início da Copa, foi de conhecimento da mídia internacional que os jogos foram transmitidos para o público coreano, aliás, com uma brilhante estréia onde um país que até então sequer tinha time de futebol profissional empatou com a seleção do mundo com mais títulos na história do futebol, a seleção brasileira. Enfim, a medida que eram criadas, as mentiras sobre a Coréia iam caindo uma a uma, como um castelo de cartas, algo que talvez seria impensável há 20 anos atrás, onde o monopólio da informação era bem maior.

Foi no contexto dos boatos e intrigas midiáticas que surgiu o site "Solidariedade à Coréia Popular", editado pelos brasileiros Alexandre Rosendo, Gabriel Martine, Dionata Ossovsky, André Ortega e Diego Pacheco. Seu enfoque principal é publicar notícias vergonhosamente omitidas pela mídia nacional, que é mestra em difundir notícias tendenciosas e falsas. Uma das matérias que surpreendeu ao público foi sem dúvidas aquela sobre um americano que fugiu para a Coréia do Norte, algo até então impensado pela maioria da população, outra, bem recente, fala sobre u sul-coreano preso por criar um blog favorável à Coréia do Norte. Esse tipo de notícias jamais aparece na mídia de grande circulação, sendo um marco que um site brasileiro possa ir tão longe no assunto. Outra reportagem feita com grande profissionalismo é a entrevista ao único membro ocidental do governo da RDPC Alejandro Cao de Benós.

                                    Alejandro Benós, junto a duas mulheres-soldado norte-coreanas

O legado do site "Solidariedade à Coréia Popular" sem dúvidas produziu um efeito inesperado até mesmo por seus autores. Hoje, em fóruns ou ambientes de discussão, a Coréia Democrática era praticamente indefensável, falava-se em "milhões de mortos", em "cidadãos robóticos" ou "zumbis", imagem que viria a ser contestada com o surpreendente acontecimento de um "jogador de futebol norte-coreano chorar" e dizer que "mesmo estando no Japão, prefere ficar na Coréia do Norte", e abordada no site "Solidariedade à Coréia Popular", que mostra fatos que o leitor jamais encontrará na mídia de massa.

De fato, iniciativas que visem a contestação de uma mídia tão subserviente e falsa são importantes passos na luta de classes, uma vez que tiram o indivíduo da escravidão midiática, fornecendo opções que futuramente venham a substituir um jornalismo marrom, caluniador e anti-ético, criado pela burguesia, e que numa sociedade futura onde imperem os valores da liberdade e da democracia venham a substituir o lixo que hoje predomina em nossos tempos.
BRASIL

Um hino que deveria ser o do Brasil
Por Cristiano Alves

Durante muito tempo o Brasil conviveu com hinos inacessíveis à maioria da população, trazendo letras parnasianas, praticamente inacessíveis ao cidadão que nunca frequentou uma escola, aos 16 milhões de analfabetos que este país tem e a outros tantos milhões de analfabetos funcionais que, ainda que tenham frequentado uma escola, foram aprovados em sistemas "automáticos" ou "semi-automáticos". Trata-se de um hino composto há dois séculos atrás, que se por um lado é inacessível por seu parnasianismo, é desatualizado e sem sintonia com as lutas do povo brasileiro.

Diferentes países tem hinos nacionais, sendo estes uma forma de lembrar ao povo que este faz parte dele ou daquele país, para a composição destes hinos, frequentemente são contratados compositores, poetas e escritores que tem alguma sintonia com os ideais no Estado em questão, assim, para a composição do hino americano, por exemplo, foi usada uma letra escrita pelo advogado e poeta amador Francis Scott Key, após este testemunhar a destruição de um forte atacado pelos ingleses, na guerra de 1812, onde os EUA, já independentes, foram derrotados pelo Reino Unido, que chegou a ocupar e incendiar Washington[1], sua melodia, entretanto, era de origem inglesa, embora sem vínculos com o modelo monárquico. Na França, teve lugar a Marselhesa, escrita em conformidade com a Revolução Francesa. Em várias monarquias temos hinos do tipo "Deus Salve a Rainha(o Rei, o Tzar, etc)", há casos curiosos como o holandês, cuja letra do hino diz "eu tenho o sangue alemão" e "respeito o Rei da Espanha", embora o país flamengo mantenha uma política independente da Espanha. Na antiga URSS, firmou-se como "hino de fato" a Internacional, até surgir um hino oficial nascido da II Guerra Mundial nos anos 40.

A Segunda Guerra Mundial popularizou várias canções ao redor do mundo como "Bella ciao", na Itália, "Moorsoldaten", na Alemanha, dentre os prisioneiros dos campos de concentração nazista, "Der Heimliche aufmarsch" também na Alemanha, e várias outras na União Soviética, principalmente "Katyusha", "Svyaschennaya voyna", que adequadamente classifica os fascistas como "estupradores e ladrões, torturadores de pessoas", em um de seus versos, assim como aquela que viria a ser o hino da URSS, cuja melodia era o hino do partido comunista, hoje compondo a melodia do hino da Rússia. No Brasil surgiu uma música que é pouco conhecida, embora se destaque pela sua simplicidade e simbolismo ante outras canções nacionais, a "Canção do Expedicionário".

A Canção do Expedicionário foi criada para apresentar na música quem eram aqueles que haviam se alistado para combater o fascismo na Itália, homens vindo de várias partes do Brasil, "dos pampas, dos seringais, das margens crespas dos rios, dos verdes mares bravios, da minha terra natal". O hino traz uma letra compreensível para a maioria da população brasileira e, pelo seu símbolismo, um momento exaltado por todas as correntes políticas legalizadas em território nacional, a participação da FEB na II Guerra Mundial é talvez o que a história republicana tenha de mais progressista, por parte do Estado brasileiro, razão pela qual o Hino do Expedicionário deveria ser adotado como oficial da república atual, com ligeiras modificações, em respeito aos cristãos ortodoxos e protestantes, judeus, muçulmanos e ateus que existem no Brasil.



Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Do pampa, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Você sabe de onde eu venho?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Venho de além desse monte
Que ainda azula no horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da cruz !

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil

BRASIL

Brasil canta marcha de despedida todo 7 de setembro

Por Archibaldo Figueira (Originalmente publicado no jornal A Nova Democracia) 

 

Durante 68 anos — de 1822 a 1890 — o Brasil teve um hino monárquico, porém libertário. Consta que a melodia é de Pedro I, sendo certo que os versos "Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil", entre outros, são do jornalista carioca Evaristo da Veiga. Em 1831, com a abdicação, virou moda a Marcha da Despedida, de Francisco Manuel da Silva.
Em 1890, o marechal Deodoro, para fazer a República prevalecer ao Império, adotou-a como Hino Nacional. Mas ninguém cantava, por falta de letra. Só no ano revolucionário de 1922 — o país envolvido com o Centenário da Independência, a Semana de Arte Moderna, o Tenentismo e a criação do Partido Comunista do Brasil — é que o Presidente Epitácio Pessoa juntou à Marcha da Despedida, de Francisco Manuel, o arrevezado poema de Osório Duque-Estrada, adotando este hino que poucos sabem cantar da primeira à última palavra.

 

 Nos estádios, mais um 7 de setembro, mais um atleta recebendo medalha, mais um jogo internacional — e nunca tantos brasileiros cantaram tão erradamente o Hino Nacional Brasileiro. Ele não é executado por inteiro nas solenidades desportivas internacionais por uma razão muito simples: trata-se do mais longo do mundo.

Na Internet, a letra do hino, apresentada nas páginas oficiais, a começar pela da Presidência da República, terminando pelo Ministério das Relações Exteriores, nunca é igual: em umas, vê-se "Nossa vida no teu seio mais amores"; noutras, já vem "em teu seio". O mesmo acontece com o verde-louro, que para a Presidência da República é "dessa flâmula" , mas para o Itamaraty é "desta flâmula".

Não é nada, se for levado em conta que recentemente uma rede nacional de televisão desafiou cantores estreantes a entoarem o hino, no programa Ídolos, da primeira à última palavra: ninguém conseguiu nem começar.

Capas de cadernos

Na tentativa de impedir que o povo brasileiro continue sem saber cantar o hino, em fevereiro do ano passado foi apresentado no Senado Federal um projeto de lei determinando que sua letra passe a figurar das contracapas de todos os livros e cadernos utilizados pela rede escolar.

Difícil será substituir as cenas de programas do imperialismo para a televisão, aquelas ilustrações preferidas pelos fabricantes de material didático.

A proposição, aprovada quase que de imediato pela Comissão de Educação do Senado e enviada à Câmara, continua engavetada.

A medida inspira-se na lei 259, que Getúlio Vargas sancionou em 1 outubro de 1936, ainda como presidente da República eleito na forma da Constituição de 1934, que estabelecia a obrigatoriedade da execução do Hino Nacional em todos os estabelecimentos de ensino públicos ou privados do país. Inclue as associações desportivas, empresas de radiodifusão e outras de finalidade educativa. O estabelecimento que o descumprisse seria fechado.

Mas isso vai dar trabalho às gerências federal, estadual e municipal, porque até hoje não se baixou uma legislação definindo a letra — ao pé da letra.

Hino do trono

Se a melodia e a letra que embala os estádios, ginásios e piscinas cada vez que um atleta brasileiro recebe medalha de ouro são quase desconhecidas, a sua história é ainda mais, sendo poucos os que aproveitam o transcurso de mais um 7 de Setembro para registrá-la. Os originais tinham sido entregues por Joaquim Osório Duque Estrada à Academia Brasileira de Letras e, ao que consta, por esta encaminhada à Biblioteca Nacional.

Já o próprio Museu Histórico Nacional não possuía uma única gravação do Hino Nacional Brasileiro, embora ele tenha sido registrado mais de 30 vezes por algumas das mais famosas orquestras como a Sinfônica Brasileira, regida pelo Maestro Eugen Szenkar, a do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com coro, regidos por Heitor Villa-Lobos, a Banda do Corpo de Bombeiros, Banda do Corpo de Fuzileiros Navais, Banda Internacional e outras.

Logo após a proclamação da Independência, em 7 de Setembro de 1822, os brasileiros adotaram como seu hino a música feita em parceria pelo próprio príncipe Dom Pedro (melodia) e Evaristo Ferreira da Veiga (versos), e apresentada em 16 de agosto de 1822 com o título de Hino Constitucional Brasiliense. À letra falta o "ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil", e o principal executante era o maestro Marcos Portugal, de quem a autoria teria sido subtraída em 1824 pelo imperador.

Com a abdicação de Pedro I ao trono brasileiro, em março de 1831, Francisco Manuel da Silva — músico que ansiava pela partida do imperador e combatia os maestros Marcos e Simão, pretensos donos da verdade e então ditadores da música oficial — , lançou como marcha de despedida do primeiro Pedro, a melodia hoje apresentada como Hino Nacional.

Assim, foi ao som do hino criado por um de seus perseguidos que a fragata inglesa Volage levantou âncoras levando Pedro I e a sua família para Lisboa.

Segundo Luís Heitor de Azevedo Correia, essa marcha tinha letra de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, e foi cantada pela primeira vez no cais do Largo do Paço (ex-cais Faroux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro), em 13 de abril de 1831. Foram encontrados, mais tarde, alguns versos feitos pelo desembargador e poeta piauiense, Ovídio Saraiva, dizendo o seguinte:
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam
Os monstros que a escravizam
Já entre nós não vicejam
Eis se desata
Do Amazonas
Até o Prata
O Hino Nacional Brasileiro permaneceu sendo aquele supostamente composto por Pedro I e Evaristo da Veiga, embora em 1841, na coroação de Pedro II, tenha sido novamente executada a marcha de Francisco Manuel da Silva, com letra diferente da primeira e de autor desconhecido. Dizia:
Negar de Pedro as virtudes
Seu talento escurecer
É negar como é sublime
Da bela aurora, o romper.
Medíocre a versalhada, mas na frente do imperador...

Com a proclamação da República, tornou-se inadmissível, para os ocupantes do poder, que o, então, Estados Unidos do Brasil tivessem um hino de origem monárquica. Para substituí-lo, pensou-se em confiar a tarefa a um compositor profissional.

Vitória do velho

Informa-se que Carlos Gomes, convidado a fazê-lo, recusou-se, por amizade ao segundo Pedro. Assim, vingou a idéia alternativa da promoção, em outubro de 1898, de um concurso, vencido por um amador, o farmacêutico Ernesto Fernandes de Sousa, com versos de Medeiros e Albuquerque.

O jornalista Oscar Guanabarino denunciou o resultado em artigo publicado em 4 de janeiro de 1890. Revelava que o concurso fora instituído para eleger uma composição musical, pois a letra de Medeiros e Albuquerque já fora previamente escolhida pelo Ministério da Justiça. Se para isto tinha havido escolha e não concurso, melhor seria que também se tivesse escolhido um músico profissional capaz de inspirar-se na poesia e produzir um hino correto. E sugeria o nome do maestro Leopoldo Miguez.

O ditador Deodoro e os ministros ouviram no Teatro Lírico todas as composições. Leopoldo Miguez, que resolvera concorrer, foi declarado vencedor. A banda apresentou mais uma vez a partitura por ele assinada. Porém, a pedido do público, foi também executada a marcha de despedida a D. Pedro I, composta em 1830 por Francisco Manuel. O povo a considerava seu hino nacional, mas, sem letra, não podia cantá-la. Comparando-a com o trabalho de Leopoldo Miguez, o marechal Deodoro da Fonseca decretou:

— Prefiro o velho!

Como consequência, naquela mesma noite de 20 de janeiro 1890, foi redigido pelo ministro do Interior, Aristides Lobo, um decreto conservando e instituindo como hino nacional a música de Francisco Manuel e adotando, como Hino da Proclamação da República, o de Leopoldo Miquez.

De 1831 a 1890 os mais diferentes versos tinham sido juntados à composição de Francisco Manuel, muitos deles em adaptações inadequadas, impregnadas de regionalismos e principalmente de posistivismo semicolonial e latifundiário.

A situação ainda perdurou por mais de cinco anos, até o deputado e escritor Coelho Neto, em 1906, propor da tribuna da Câmara que se fizesse "um poema condigno" para a música de Francisco Manuel da Silva. Foram-se dois anos até o ministro da Justiça, Augusto Tavares de Lira, nomear uma comissão para rever o Hino, integrada Alberto Nepomuceno, então diretor do Instituto Nacional de Música, e os maestros Francisco Braga e Frederico Nascimento.

A Comissão de 1908 sugeriu a abertura de um concurso para a escolha da melhor letra, com prêmio de 2 contos de réis. Vários poemas concorreram, vencendo o apresentado por Joaquim Osório Duque Estrada em 1909 como Projeto de Letra Para o Hino Nacional Brasileiro, tendo os seguintes versos iniciais:
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
Da Independência o brado retumbante
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Em 1916, o poeta introduziu modificações no poema, que ficou como se discute até hoje.

A 21 de agosto de 1922, o Decreto nº 4.559 autorizou o Poder Executivo a adquirir a propriedade dos versos e, na véspera do Centenário da Independência, o Decreto nº 15.671, de 6 de setembro de 1922 declarava oficial essa letra.

Em 1º de outubro de 1936, Getúlio Vargas assinou o Decreto nº 259, que, além de consagrar a orquestração de Leopoldo Miguez, a instrumentação para bandas, do 2º Tenente Antonio Pinto Junior do Corpo de Bombeiros do então, Distrito Federal, no tom original de si-bemól; e, para canto, em fá. O trabalho de Alberto Nepomuceno, ainda estabelecia a obrigatoriedade do cântico "nos estabelecimentos de ensino mantidos ou não pelos poderes públicos".

Enfim, um hino que não faz mal a ninguém: não toma partido, não perturba a velha ordem latifundiária, burocrática e semicolonial e que o povo não entende. Melhor do que isso, impossível.

A abdicação em CD

No início deste ano uma editora independente lançou o disco Brasil Imperial trazendo uma compilação de modinhas e lundus do século XIX gravados pela soprano Luiza Sawaya em trabalhos anteriores.

Ora acompanhada pelo piano de Achille Picchi, ora pelo pianoforte de Pedro Persone, a cantora interpreta com precisão canções do Padre José Maurício, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm, entre outros. De grande interesse no disco também é a reedição da única gravação disponível do hino ao Sete de Abril. Em 1831, Francisco Manuel da Silva compôs um hino para comemorar a abdicação do primeiro Pedro , ocorrida no dia 7 de abril. Com letra atribuída a Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, este hino foi executado alguns dias depois, e a aceitação imediata fez com que fosse reapresentado diversas vezes e ficasse conhecido como "Hino Nacional".

Embora tenha havido a tentativa de se escolher um novo hino com a Proclamação da República, permaneceu a música de Francisco Manuel, recebendo a nova letra de Osório Duque Estrada em 1909.

A parte que hoje conhecemos como Introdução do Hino Nacional (e que só é tocada), já teve letra:
Espera o Brasil
Que todos cumprais
Com vosso dever
Eia, avante, brasileiros, sempre avante!
Gravai com buril
Os pátrios anais
Do vosso poder
Eia, avante, brasileiros, sempre avante!
Servir o Brasil
Sem esmorecer
Com ânimo audaz
Cumprir o dever
Na guerra ou na paz
À sombra da lei
À brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia
sus*, Brasil!
Não se perdeu nada pelo visto. E a peça permanece, até que o povo brasileiro crie o seu verdadeiro hino, emergindo da efervecência do movimento de massas. Mas essa é outra história, outra despedida e, principalmente, aquela que contará o glorioso nascimento de um Brasil regido pelo povo trabalhador, livre, independente, revolucionário.


sus — segundo Aurélio Buarque de Holanda, é uma interjeição motivadora que vem do latim e que significa: suspender, elevar

domingo, janeiro 16, 2011

MUNDO

Colaborador de nazistas ucranianos perde o título de "Herói da Ucrânia"
Por Cristiano Alves

O famoso colaborador de nazistas Stepan Bandera, outrora declarado "Herói da Ucrânia" durante o governo de Yuschenko, o mesmo que tanto propagandeou o "Holodomor" teve seu título revogado pelo poder judiciário ucraniano, conforme noticiado no The New York Times1.

   Organização neonazista ucraniana com bandeirão de Bandera em estádio de futebol: "Bandera, nosso herói"

Embora o tirano alemão Adolf Hitler considerasse os eslavos como uma uttermensch(raça inferior), ele e sua gangue nazista viam os colaboracionistas como um importante elemento na política de eliminação racial, usando judeus contra judeus através dos destacamentos armados denominados kapos, responsáveis pela manutenção da repressão nos guetos e campos de concentração. Deste modo, ao invadir a Ucrânia, os nazistas usaram-se de movimentos cujas raízes nasceram na parte ocidental da Ucrânia, outrora sob domínio polonês, que veio a ser incorporada à URSS somente em 1939. Vale salientar que, ironicamente, nomes como Stepan Bandera, antes prisioneiro da justiça polonesa, fora libertado pelos soviéticos, uma vez que o direito da URSS não reconhecia o direito do então extinto Estado polonês.

Com a invasão dos fascistas alemães, o movimento conhecido por Organização dos Ucranianos Nacionalistas - Exército de Libertação da Ucrânia(OUN-UPA), em realidade pseudônimo para sua organização nazista, junto com a organização de nome similar de Andri Melnik, atuou como pitbull de Hitler na Ucrânia, promovendo atrocidades contra a população local que não aderisse o seu movimento, principalmente civis não-combatentes. As atividades colaboracionistas desta organização de facínoras foi documentada pelo Exército Americano em pelo menos 9 álbuns da inteligência, relatada por sobreviventes do holocausto judeu, inclusive o famoso diário de Rudi Weiss, e condenada por poloneses e soviéticos, tendo sido ainda combatida pelos últimos. Embora o Comissariado Popular de Assuntos Internos(NKVD) tenha logrado em desmantelar a organização banderista após a II Guerra Mundial, Stepan Bandera conseguiu fugir para a Alemanha Ocidental, que sendo país vassalo dos EUA, concedeu asilo a vários criminosos nazistas.

     Vítimas do terror banderista e cartaz atacando o "bolchevismo judeu": "Stalin está com os judeus"

Segundo o Professor Vladimir Herasymchuk2, ucraniano, todos os funcionários do governo de colaboração na Ucrânia foram instalados pelos fascistas alemães, o próprio Bandera recebeu seu bastão de oficial destes mesmos. O colaborador de nazistas anunciava que "nossa autoridade deve ser terrível", recomendando a matança de todos que ficassem em seu caminho e no de seu regime. De acordo com um artigo de Olexa Panasenko, do jornal "Tovarisch", "aqueles que não quisessem cumprir as ordens destes nacionalistas ucranianos, o Destacamento de Segurança da OUN/UPA, não apenas recebiam entre 30 a 50 chibatadas, mas eram fisicamente mortos. Por que Sidor K. Oniskovets, vivendo na vila de Innje, região de Sernetsky, não quis juntar-se à UPA, primeiro eles mataram-no em frente aos seus filhos, com um machado. Depois, mataram quatro membros de sua família e, por último, seu filho de dois anos, Ivan, pela "glória da Ucrânia" eles cortaram sua perna e com o seu nome escreveram em um muro: "Por ato de traição contra a Ucrânia".

          Cartaz de recrutamento da Waffen SS e Yuschenko com colaboradores de nazistas

Num esforço de reescrever a história, a administração de Viktor Yuschenko exaltou figuras como Ivan Mazepa, Roman Shuhkevich e Stepan Bandera, conhecidos colaboradores do invasor(o primeiro colaborara com os suecos, quando o Rei Carlos XII invadiu a Rússia de Pedro, o Grande, ao passo que o segundo se tornara um comandante da Waffen SS Galizen3). A reabilitação deste tipo de criminoso tornou a Ucrânia um dos países a promover o revisionismo e reabilitar o nazismo, junto com a Estônia e Letônia, um passo denunciado por vários grupos ativistas de Direitos Humanos, associações de veteranos, historiadores e outros cidadãos ucranianos. Sobre o movimento colaboracionista ucraniano recaem muitas acusações sobre crimes graves, tais como a "limpeza étnica" de judeus. Segundo o documentário bielorrusso "A verdade vergonhosa sobre Hatyn", os colaboradores nazistas ucranianos teriam sido responsáveis por um dos episódios mais horrendos da II Guerra Mundial, o massacre de Hatin, na Bielorrússia, cuja população inteira foi incinerada viva dentro de uma igreja, incluindo mulheres e crianças, incidente dramatizado no clássico do cinema "Idi i smotri"(Vá e veja). Até recentemente, acreditava-se que teria sido obra exclusiva dos alemães.

                      Propaganda anti-judaica em rede social, feita por banderistas ucranianos

Assim como o KGB logrou em executar a sentença de morte do facínora  Stepan Bandera, responsável pela morte de milhões do seu próprio povo, na antiga Alemanha Ocidental, é importante que, após este passo em direção à democracia, o povo ucraniano pressione o atual governo ucraniano para que este possa extirpar do país toda a sorte de movimentos neonazistas e revisionistas no país de nomes como Ludmila Pavychenko e de Timoshenko(não confundir com a Primeira-Ministra pró-imperialista da Ucrânia atual), assim como desmascarar em caráter oficial a grande farsa do holodomor.

                                 Manifestação anti-fascista na Ucrânia

1- LEVY, Clifford J. 'Hero of Ukraine' Award to Partizan leader is revoked. Artigo do jornal The New York Times. Em http://www.nytimes.com/2011/01/13/world/europe/13ukraine.html?_r=1&scp=1&sq=Hero%20of%20ukraine&st=cse
2- HERASYMCHUK, Vladimir. No rehabilitation to the national fascism. Artigo no jornal Northstar Compass. Em http://www.northstarcompass.org/nsc0203/herasym.htm
3- Braço da Waffen SS, organização terrorista formada pelos nazistas mais extremistas. Para pertencer à esta organização, era necessário ter ascendência de "sangue puro" alemão no mínimo até o século XVIII, recrutando ainda elementos colaboradores nos países ocupados. Estes destacamentos eram com frequência formados por elementos infiltrados formados na Alemanha nazista, assim como marginais, desertores e ex-kulaks expropriados. Muitos de seus membros eram obrigados a servir na OUN-UPA ou na Waffen SS Galizen, para atuar como policiais nazistas nos territórios ocupados.

sábado, janeiro 15, 2011

BRASIL

Prostituição, ao invés de jornalismo na Folha de São Paulo
Por Cristiano Alves

No último final de semana, uma notícia choca à toda a comunidade cristã brasileira: "Dilma manda retirar Bíblia e cruxifixo de seu gabinete". Essa notícia foi divulgada em jornais impressos e no site deste bordel, em letras garrafais e sem sequer ser assinada.

A "notícia"1 tinha basicamente a seguinte estrutura textual, seis parágrafos. Destes seis, apenas dois se dedicavam ao que é dito no título, os demais apenas se limitavam a dar uma de "Caras" ou talvez "Capricho", dizendo que a presidente mandou trocar os estofados, trocou um computador desktop por um laptop e não tolera atrasos, no final da notícia, alega que a presidenta se sente mais a vontade do que nos dias das eleições.

Enfim, apenas dois parágrafos para falar do assunto proposto e quatro para "encher linguiça", esse é o tipo de "jornalismo" que somos obrigados a tolerar. Ainda que essa notícia fosse verdadeira, ignorando a paupérrima estrutura textual, deve-se perguntar, desde quando o Brasil é uma teocracia? Para quem não sabe, diz a Constituição da República Federativa do Brasil que:

"Art. 5°.
(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;"

Ainda, o artigo 19 do referido documento, alega que:

"É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na formada lei, a colaboração de interesse público"

Isto é, inexiste qualquer obrigatoriedade do Estado de colocar símbolos religiosos em lugares públicos, seja o crucifixo, Bíblia, Quarto crescente, Estrela de Davi, estátua de Vishnu, de Iemanjá, pé-de-coelho, pentagrama... Aliás, parte da doutrina jurídica defende inclusive a inconstitucionalidade da existência de símbolos religiosos em prédios públicos, inclusive renomados juristas como Pontes de Miranda, dentre vários outros doutores no assunto, quase todos, diga-se de passagem, cristãos convictos. Interessante ressaltar que a liberdade que existe hoje, seja para o ortodoxo, o católico, o protestante, judeu ou muçulmano, se deve à liberdade garantida pelo modelo repúblicano. Em grandes cidades como São Paulo, por exemplo, percebe-se catedrais, sinagogas, mesquitas, terreiros, todos outrora proibidos nos tempos do Império. Vejamos o que dizia a constituição do Império Brasileiro de 25-3-1824, em seu artigo 5°, a respeito do assunto:
"a religião Catholica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras Religiões são permitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma exterior de templo"2

                   Catedral ortodoxa e sinagoga em São Paulo. Nos tempos do Império, estes templos jamais existiriam

Como vimos, nada obriga nenhuma personalidade pública a manter qualquer tipo de objeto religioso em sua sala de trabalho. Ocorre, entretanto, que apesar de todos estes fatos, a notícia apresentada pela Folha de São Paulo é falsa, tendo sido, inclusive, prontamente desmentida  pela jornalista e ministra Helena Chagas, que de tão pouca importância que deu a esse jornal, respondeu por Twitter as acusações. Ocorre que o crucifixo que teria sido retirado era em realidade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, tendo origem portuguesa e sido dado a este por um amigo. A Bíblia está em cima de uma mesa, numa sala contígua, e também a presidenta não trocou um desktop por um laptop, isto é, a notícia é praticamente quase inteiramente falsa, fruto de um produto de prostituição de indivíduos que venderam seus corpos mentes e almas ao capitalismo liberal, ideologia predominante na Folha de São Paulo.

O impacto desta notícia foi visível em redes sociais, onde em comunidades de católicos vários indivíduos, tomando por verdade o que foi escrito na FSP, começaram a choramingar, ignorando princípios constitucionais elementares.

Exemplo de falsificação grotesca. O aborto não fazia parte do programa de governo do PT. Como retirar o que não há?

Assim, em razão destas e de outras pseudo-notícias, como o famoso caso da Coréia Popular, que não transmitiria os jogos da Copa do Mundo de 2010, exceto em caso de vitória do time, o que se mostrou falso, é que constitui uma verdade inexorável alegar que nesse tipo de jornal não trabalham jornalistas, mas sim trolls3, e que aquilo que se lê na imprensa da burguesia é falso até que o contrário seja provado, a julgar pela enorme quantidade de notícias falsas e factóides. Embora Dilma tenha já alegado que prefere o barulho da imprensa ao silêncio das ditaduras, é importante enfatizar que "imprensa" jamais poderá ser confundido com casas de fofoca ou prostituição que, por sua falta de ética e de profissionalismo, distorcem o sentido da palavra "jornalismo", razão pela qual este instrumento nefasto não deve ter sua concessão renovada

A credibilidade da Folha de São Paulo é a mesma de um pedaço de papel higiênico sujo, não merecendo a consideração de qualquer pessoa séria. É parte integrante de um sistema sujo. O capitalismo mais reacionário sustenta-se através de mentiras e falsificações, conforme já demonstrado em A Página Vermelha, tudo isso para encobrir os crimes de um modelo nefasto e genocida. Aqueles que defendem a sua ideologia ou simplesmente com ele simpatizam são cúmplices de todos os seus crimes.

2-  QUEIROZ, Fernando Fonseca. Brasil: Estado laico e a inconstitucionalidade da existência de símbolos religiosos em prédios públicos. Artigo jurídico publicado no site Jus Navigandi. Em http://jus.uol.com.br/revista/texto/8519/brasil-estado-laico-e-a-inconstitucionalidade-da-existencia-de-simbolos-religiosos-em-predios-publicos
3- Troll: denominação usada na internet para indivíduos cujo objetivo é semear a discórdia, normalmente a partir de notícias falsas ou mentiras. Um exemplo clássico de troll é o indivíduo que, numa página sobre música clássica escreve que "aqueles que ouvem música clássica são menos homens do que quem escuta outro gênero". A expressão é uma referência à criatura mitológica sueca, citada nos livros de Selma Lagerlöf, cuja atividade principal era destruir o que os homens construíam, razão pela qual gostavam de viver em ambientes subterrâneos.

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