quinta-feira, julho 28, 2011

OBITUÁRIO


A despedida de um paladino da verdade: Ludo Martens
Por Cristiano Alves



Neste dia 6 de junho faleceu o incansável lutador das causas dos trabalhadores de todo mundo, pesquisador e historiador Ludo Martens. Nascido no Reino da Bélgica, em 1946, Martens foi um ativista do movimento comunista belga, denunciou a causa revisionista, que tomara conta do movimento comunista internacional após o XX Congresso do PCUS, que corrompeu os ideais marxistas-leninistas a partir de dentro.

Na história do homem há aqueles que por ignorância ou má fé, não se dedicam a pesquisar a veracidade de fatos ou alegações, reproduzindo ideologias tal como o gado a seguir o seu condutor, ainda que se trate de levá-lo para a lama ou um abismo. De fato, nas escolas e nas livrarias, é muito comum encontrar autores com uma atitude lemingue em relação à história, reproduzindo mentiras, meias verdades, sem qualquer investigação séria. Um dos alvos preferidos da chamada "história oficial" é a União Soviética e os comunistas, uma vez que defendem algo abominável para os capitalistas, que é o fim da propriedade privada dos meios de produção. Para mentir e criar todo um clima de terror psicológico, estes indivíduos, tal como feiticeiros, conjuram uma realidade fictícia, onde um líder assina incansavelmente sentenças de fuzilamento, mata 10, 50 100, 500 milhões... em números que variam de acordo com a fúria e nível de corrupção intelectual deste ou daquele pseudo-historiador, em realidade, nada mais do que propagandistas muito bem pagos a soldo do grupo de 1% mais rico do mundo, que concentra em suas mãos 40% das riquezas do nosso planeta. Em toda essa fumaça de podrição e corrupção, o historiador Ludo Martens surgiu como um paladino no meio da escuridão, conduzindo um importante trabalho de pesquisa de alta relevância para todos aqueles que tem compromisso com a verdade dos fatos, que repudiam o revisionismo fascista.

O historiador belga ficou notável pelos seus trabalhos francófonos a respeito da União Soviética, sendo o seu mais famoso trabalho a obra Un autre regard sur Staline (em português, "Stalin, um novo olhar", da Revan), nesta obra Ludo Martens destrói vários mitos e clichês sobre a URSS que até hoje eram tidos como dogmas inquebrantáveis, dentre os quais a idéia de que "comunismo é fascismo só que pior", de que "o Holodomor foi uma fome provocada pelos comunistas para matar os ucranianos", de que "Stalin preparou mal a guerra antifascista", de que "a URSS só cresceu por causa do trabalho escravo", de que "o povo soviético era oprimido pelo comunismo", de que "o comunismo matou milhões", "Trotsky teria sido melhor para a URSS", o "Testamento de Lenin", dentre outros mitos criados e reproduzidos de forma doutrinária em paradidáticos escolares, revistas, livros, jornais, programas televisivos... A respeito de algumas dessas mentiras, por exemplo, o mito de que "o comunismo matou mais do que o nazismo", Ludo Martens revela que a fonte desta mentira é cara aos nazistas, que uma vez acobertados pelo governo dos EUA, que perseguia comunistas enquanto acolhia criminosos de guerra fascistas, eram empregados em agências de inteligência e tinham toda a liberdade para propagar seus mitos hitlerianos. Sem dúvidas isso foi fundamental para criar nos EUA e em outros países um clima de terror e conseguir apoio para todas as ações contra a URSS e qualquer país que visasse seguir um caminho independente dos Estados Unidos.

Ainda outros trabalhos importantes de Ludo Martens são fruto de sua luta política contra grupos de quinta-coluna no movimento dos trabalhadores, notadamente, o trotskismo e a IV Internacional. Em sua obra "O trotskismo a serviço da CIA contra os comunistas"(cuja tradução em português é do autor deste artigo), Ludo Martens desmascara o papel dos trotskistas no movimento belga e em outros países, denunciando-os como pícaros do comunismo, apresentando, por exemplo, declarações de Ernst Mandel, seu conterrâneo e líder da IV Internacional, onde este apóia descaradamente a Perestroyka e menciosa Borís Yeltsin como um "seguidor de Trotsky", depois atacando-o como um "stalinista", quando as coisas começaram a complicar na recém surgida e impotente Federação Russa. O autor apresenta ainda gritos de apoio dos trotkistas a outros movimentos de caráter reacionário como o levante húngaro de 1956, que visava restaurar o poder dos partidários do fascista Horthy. Esse namoro do trotskismo internacional com agências americanas é antigo e é uma herança maldita de seu pai, Lyev Trotsky, que já no México entregava os comunistas ao FBI americano(nessa época a CIA ainda não existia), numa tentativa de obter um green card, conforme registrado no documento de nome RG-84, que informa as atividades da agência.

Além de esclarecer o papel do trotskismo, Martens não perdeu de vista os revisionistas, analisando suas práticas e trazendo a tona vários fatos que objetivamente levaram ao fim da União Soviética. Adotava o historiador um estilo objetivo, sempre apresentando um método dialético, onde Ludo apresenta os argumentos da outra parte e argumentos de outros historiadores ou fatos que corroboram ou refutam aquela versão, trazendo ao leitor uma versão segura e desprovida de subjetivismo. Uma de suas obras, recomendada para aqueles que querem compreender as causas que levaram ao fim da primeira experiência socialista está na obra "Anos Brejnev: revisionismo ou stalinismo", onde, após uma análise do período Brejnev, Ludo Martens revela que Brejnev optou, no plano teórico, por seguir todas as formulações revisionistas do XX Congresso do PCUS, adotando esta linha como a sua, além de proteger corruptos que iam desde funcionários pícaros do PCUS até a sua família em escândalos como desvio de recursos, e inclusive tráfico de diamante, contribuindo para a formação de uma "classe de burocratas" que mais tarde não falharia em roubar a propriedade socialista e emergir na Rússia como oligarcas e mafiosos.

Durante os anos 90 e após o ano 2000, Ludo Martens militou ativamente no Reino da Bélgica, participando da organização do Seminário Internacional Comunista, e na República Democrática do Congo, liderada pelo revolucionário Kabila. Na Rússia, Martens fora laureado com o título e a medalha de "Herói do Rússia dos Trabalhadores", movimento político importante durante os anos 90, recebendo de Viktor Ampilov o prêmio. O historiador belga defendeu também o estabelecimento de um sistema socialista na Bélgica, cuja capital também é sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte(OTAN-NATO). Além de sua batalha contra o capitalismo, o historiador e ativista belga vinha lutando ativamente contra outro inimigo igualmente mortal, o câncer, deixando para as novas gerações uma importante vacina contra a ignorância e o anticomunismo: a verdade, o conhecimento!



Acervo de Ludo Martens em português:
http://comunidadestalin.blogspot.com/search/label/Ludo%20Martens

2 comentários:

Anônimo disse...

Antigamente, o paranóico mentiroso do Cristiano Alves dizia que o homossexualismo era um desvio burguês e capitalista. E agora ele muda de idéia e condena a tal "homofobia". Eta rapazinho vigarista e charlatão.

Saudações reacionárias do Conde, aquele que quer te massacrar ao vivo e a cores.

Anônimo disse...

E o Ludo Merdas? Esse puxa-saco vigarista e vendido colaborador dos soviéticos?